Uma historinha de criança...
Quando eu fazia a 3ª série do primeiro grau (hoje ensino fundamental), tive uma professora chamada Zulmira da qual tenho grande saudade. Ao final do ano ela fez aniversário e eu perguntei quantos anos - na maior inocência - e para a minha surpresa ela respondeu que estava fazendo 50 anos! Nossa eu fiquei perplexa.de boca aberta mesmo! Como uma pessoa poderia viver tanto? E ainda trabalhando? Eu lembro da minha fisionomia de espanto quando ela disse que era quase uma sexagenária, eu fiquei boindo nessa palavra! Mas o que me assustou mesmo foram os 50 anos, na minha inocência imaginei...nem minha avó tem essa idade. Pensei...será que vou viver desse tantão?
Uma historinha de mãe...
Durante alguns anos eu e minha filha brincamos de troca de papéis. Eu era a filha dela e ela era a minha mãe. Brincávamos chamando uma a outra pelos nomes trocados, eu era a Drielly e ela era a Alessandra. Quando ela chegou a uns 8 anos de idade ela começou a ter um comportamento diferente de antes, pois toda vez que eu a chamava de Alessandra ela chorava copiosamente. Eu entrei em parafuso! Não entendia o que na cabecinha dela a minha imagem representava. Fiquei realmente mal. Após estudar um pouco sobre casos desse tipo na psicopedagogia pude compreendre que o porquê do choro incontrolável. É que na cabeça dela se eu era a sua mãe consequentemente era "velha" e como todo velho... ia morrer logo, logo. Triste né? Que dilema para a criança. Que significado tinha ou tem a velhice para nosso filhos e alunos?
Uma historinha de mãe...
Durante alguns anos eu e minha filha brincamos de troca de papéis. Eu era a filha dela e ela era a minha mãe. Brincávamos chamando uma a outra pelos nomes trocados, eu era a Drielly e ela era a Alessandra. Quando ela chegou a uns 8 anos de idade ela começou a ter um comportamento diferente de antes, pois toda vez que eu a chamava de Alessandra ela chorava copiosamente. Eu entrei em parafuso! Não entendia o que na cabecinha dela a minha imagem representava. Fiquei realmente mal. Após estudar um pouco sobre casos desse tipo na psicopedagogia pude compreendre que o porquê do choro incontrolável. É que na cabeça dela se eu era a sua mãe consequentemente era "velha" e como todo velho... ia morrer logo, logo. Triste né? Que dilema para a criança. Que significado tinha ou tem a velhice para nosso filhos e alunos?
Informações e dados estatísticos para discussão...
Com a divulgação do Censo brasileiro registra que há quase 191 milhões de habitantes. O maior crescimento é na Região Norte com 8,3% de aumento. A cidade de Palmas está em evidência por causa das promissoras oportunidades de trabalho que ela possibilita, pois teve o maior crescimento populacional registrando mais de 5% de aumento. O Censo informa que "A maior diferença entre as taxas médias geométricas de crescimento anual foi observada no Tocantins, onde Palmas – a capital que mais cresceu no Brasil – apresentou uma taxa de 5, 21%, enquanto os demais municípios do estado cresceram 1,25% ao ano"( IBGE, 2011). No cômputo geral que tem mais homens do que mulheres nós já sabíamos, para cada 96 homens, 100 mulheres. Porém a Região Norte é a única que o número de homens é superior ao de mulheres. Informações mais especificas podem se consultadas no link www.ibge.gov.br nele você encontra os principais destaques.
Um dado novo, mas que já era previsto foi constatado nesse censo: o número de idosos aumentou! E a Região Norte mais uma vez está no topo do percentual de 4,6% o maior do país. Isso significa que teremos muito em breve o maior número de idosos, em nosso Estado. Se o maior crescimento populacional é aqui, consequentemente teremos pessoas com idade mais avançada atuando nas mais diversas profissões e certamente na docência.
Três pontos basilares...
Se por um lado na profissão professor - que por natureza atuam mais profissionais do sexo feminino do que masculino, concretizado pelo próprio processo histórico e cultural - por outro temos um quadro em um futuro bem próximo de professores com idade mais avaçada do que o usual, chamo à atenção para três discussão diferentes diante do tema:
a) como as escolas trabalham a questão do envelhecimento dos atuais e dos futuros idosos? Como isso está presente no curriculo escolar;
b) como é tratada a questão do envelhecimento dos professores e suas implicações;
c) como os professores lidam com a questão da aposentadoria.
Na primeira discussão vejo ainda longe de nossa realidade da sala de aula. Contudo ela está contida na Diretriz Curricular e PCNs no tema transversal. A não ser pela boa vontade dos professores e por alguma manchete da mídia esse tema é incluído nos planejamentos dos docentes para serem trabalhados. É verdade que houve uma intensificação do tema após a instituição do Estatuto do Idoso, mas se formos filtrar em uma úncia escola o que esse tema contemplou no curriculo escolar, no PPP ou até mesmo em alguma disciplina, talvez encontremos alguma abordagem na disciplina de lingua portuguesa no que se refere a textos, talvez em livros didáticos....talvez!
Na segunda discussão que é muito real para todos nós, a saúde do trabalhador está sempre em jogo, e nesse bojo o envelhecimento com qualidade também está inserido. O blog Cuida bem de Mim www.cuidabemdemim.blogspot.com dá várias informações e orientações para que se reflita sobre a saúde dos trabalhadores em educação, vale a pena conferir e contribuir com comentários. Entre outros temas relacionados, nesse blog você vai encontrar um mapeamento das principais doenças que tem levado aos professores a adoecerem, além de várias dicas de como conviver com isto.
Um outro dilema é envelhecer na idade e não envelhecer na profissão ( conhecimento), nesse aspecto muitos são as variáveis que leva à falta de interesse para ingressar ou permanecer na profissão: baixos salários, violência na escola, falta de condições adequadas de trabalho, salas sueperlotadas, falta de prestígio social, enfrentamento das novas TICs, falta de tempo para estudos complementares, dentre vários outros ( CNTE, 2009).
A terceira questão é polêmica. Como sou filha de professora sempre ouvi da minha mãe e de vários colegas delas que "não vejo a hora de me aposentar". Onde trabalho frequentemente vejo alguns colegas contabilizando os anos que faltam para aposentadoria, almejando assim que se encerre logo a atuação na profissão. O mais comum é ouvir que vão passar a aposentadoria viajando, cuidando de netos, trabalhando em outro ramo que não seja a educação...enfim, uma série de opções que são buscadas, para alguns profissionais, desde o dia em que inicia a sua vida profissional! Curioso não é? Ingressar em uma profissão com vistas a aposentadoria! O contraponto se instala quando essas pessoas aposentam. Muitos entram em depressão porque não tem mais o que fazer, ou não sabem fazer outra coisa. E daí vem uma crise existencial, que comumente leva a momentos depressivos, no mínimo.
Outro dia assisti a um vídeo que tratava da relação homem x trabalho, o entrevistado dizia da beleza das profissões e nisso está embutido a dimensão estética profissional. Fez um comparativo sobre a profissão de ator na qual fala da atriz Fernanda Montenegro comenta que o sonho dela é morre no palco, e nesse contexto ele pontua que se perguntar para o professor qual é o seu sonho, possivelmente responderá que é se aposentar. Contraditório não? Muitos ao ler esse texto podem perguntar, mas o salário do ator é bem diferente do professor! Nem tanto! E os atores que não são renomados será que tem a mesma posição de Montenegro? Ou os professores que são bem remunerados almejam continuar a atuar mesmo depois da aposentadoria?
Curiosamente, ouvi de uma colega de trabalho que já é apostentada e voltou a ativa que com a aposentadoria ficou realmente sem norte, no princípio era tudo tranquilo, tinha tempo para tudo, mas depois o tempo ficou cada vez maior e ocioso. Outro caso é de uma colega que já passou da época de aposentar e não o fez ainda porque pensa que não dará conta de ficar sem trabalhar. Posicionamento à parte, o que importa mesmo é estar preparado para a aposentadoria. Mas será que alguém se prepara para isto, mesmo contabilizando ano a ano o que falta para chegar lá? Ou ainda, há cursos para preparar para isto? Mesmo que exista, penso ser pouco provável que o curso intenvenha no sentimento lançado quando se está perto de aposentar ou já se aposentou.
Historinha de professor em envelhecimento...(em construçao)
a) como as escolas trabalham a questão do envelhecimento dos atuais e dos futuros idosos? Como isso está presente no curriculo escolar;
b) como é tratada a questão do envelhecimento dos professores e suas implicações;
c) como os professores lidam com a questão da aposentadoria.
Na primeira discussão vejo ainda longe de nossa realidade da sala de aula. Contudo ela está contida na Diretriz Curricular e PCNs no tema transversal. A não ser pela boa vontade dos professores e por alguma manchete da mídia esse tema é incluído nos planejamentos dos docentes para serem trabalhados. É verdade que houve uma intensificação do tema após a instituição do Estatuto do Idoso, mas se formos filtrar em uma úncia escola o que esse tema contemplou no curriculo escolar, no PPP ou até mesmo em alguma disciplina, talvez encontremos alguma abordagem na disciplina de lingua portuguesa no que se refere a textos, talvez em livros didáticos....talvez!
Na segunda discussão que é muito real para todos nós, a saúde do trabalhador está sempre em jogo, e nesse bojo o envelhecimento com qualidade também está inserido. O blog Cuida bem de Mim www.cuidabemdemim.blogspot.com dá várias informações e orientações para que se reflita sobre a saúde dos trabalhadores em educação, vale a pena conferir e contribuir com comentários. Entre outros temas relacionados, nesse blog você vai encontrar um mapeamento das principais doenças que tem levado aos professores a adoecerem, além de várias dicas de como conviver com isto.
Um outro dilema é envelhecer na idade e não envelhecer na profissão ( conhecimento), nesse aspecto muitos são as variáveis que leva à falta de interesse para ingressar ou permanecer na profissão: baixos salários, violência na escola, falta de condições adequadas de trabalho, salas sueperlotadas, falta de prestígio social, enfrentamento das novas TICs, falta de tempo para estudos complementares, dentre vários outros ( CNTE, 2009).
A terceira questão é polêmica. Como sou filha de professora sempre ouvi da minha mãe e de vários colegas delas que "não vejo a hora de me aposentar". Onde trabalho frequentemente vejo alguns colegas contabilizando os anos que faltam para aposentadoria, almejando assim que se encerre logo a atuação na profissão. O mais comum é ouvir que vão passar a aposentadoria viajando, cuidando de netos, trabalhando em outro ramo que não seja a educação...enfim, uma série de opções que são buscadas, para alguns profissionais, desde o dia em que inicia a sua vida profissional! Curioso não é? Ingressar em uma profissão com vistas a aposentadoria! O contraponto se instala quando essas pessoas aposentam. Muitos entram em depressão porque não tem mais o que fazer, ou não sabem fazer outra coisa. E daí vem uma crise existencial, que comumente leva a momentos depressivos, no mínimo.
Outro dia assisti a um vídeo que tratava da relação homem x trabalho, o entrevistado dizia da beleza das profissões e nisso está embutido a dimensão estética profissional. Fez um comparativo sobre a profissão de ator na qual fala da atriz Fernanda Montenegro comenta que o sonho dela é morre no palco, e nesse contexto ele pontua que se perguntar para o professor qual é o seu sonho, possivelmente responderá que é se aposentar. Contraditório não? Muitos ao ler esse texto podem perguntar, mas o salário do ator é bem diferente do professor! Nem tanto! E os atores que não são renomados será que tem a mesma posição de Montenegro? Ou os professores que são bem remunerados almejam continuar a atuar mesmo depois da aposentadoria?
Curiosamente, ouvi de uma colega de trabalho que já é apostentada e voltou a ativa que com a aposentadoria ficou realmente sem norte, no princípio era tudo tranquilo, tinha tempo para tudo, mas depois o tempo ficou cada vez maior e ocioso. Outro caso é de uma colega que já passou da época de aposentar e não o fez ainda porque pensa que não dará conta de ficar sem trabalhar. Posicionamento à parte, o que importa mesmo é estar preparado para a aposentadoria. Mas será que alguém se prepara para isto, mesmo contabilizando ano a ano o que falta para chegar lá? Ou ainda, há cursos para preparar para isto? Mesmo que exista, penso ser pouco provável que o curso intenvenha no sentimento lançado quando se está perto de aposentar ou já se aposentou.
Historinha de professor em envelhecimento...(em construçao)
Analisando todos esses fatos penso que não sou uma professora que almeja aposentadoria, meu pensamento está mais centrado no que estou construindo enquanto conhecimento e como vou usá-lo quando a aposentadoria chegar. Aos que continuam contando os dias, sei que tem seus motivos, pois cada uma tem sua justificativa, mas não custa pensar na reflexões que a leitura desse texto possa ter mobilizado. Parafraseando Montenegro cada ruga que tem ou vier a ter no meu rosto foi com muito trabalho que consegui!
Uma frases para refletir:
"Todos gostariam de viver muito, mas ninguém gostaria de envelhecer."
Benjamin Franklin
Benjamin Franklin
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